“Quero que o meu nome se associe a coisas com qualidade. Se vou fazer muito, se vou fazer pouco, é irrelevante.”
Natural de Gaia, Carlos César Cunha, iniciou o estudo musical aos treze anos. Estudou no Conservatório de Música do Porto e conclui o bacharelato e a licenciatura no ESMAE – Escola Superior de Música e Artes de Espectáculo. Contudo, a figura mais importante ao longo de todo o seu percurso musical foi o seu pai. “O meu pai motivou-me muito, porque viu sempre em mim a possibilidade de realizar o sonho que ele próprio nunca pode realizar” – afirma Carlos César Cunha.
Professor na Escola de Música da Póvoa de Varzim, onde dá aulas de guitarra clássica, Carlos César Cunha garante que não se limita à música erudita: “Gosto de tudo um pouco. É evidente que não tenho tempo para seguir a música ligeira. Mas gosto de ouvir.”
O músico julga que uma das grandes falhas do ensino português está, precisamente, na formação musical: “A música que ensinam nas escolas deveria de ir um pouco mais além. Quem tem a sorte (...) de recorrer às academias, para adquirir uma formação musical mais profunda, acaba por se tornar mais exigente e por adquirir uma sensibilidade diferente.”
Apesar de ter vindo a receber críticas muito positivas acerca do seu recém-lançado CD, Carlos César Cunha admite que o seu objectivo não é ser um grande concertista. “Não tenho a pretensão de ser um grande concertista (…), teria de abdicar muito da minha vida familiar” – afirma ao JPN. O músico prefere ver o seu nome associado à qualidade: “Quero que o meu nome se associe a coisas com qualidade. Se vou fazer muito, se vou fazer pouco, é irrelevante.” Para já, os projectos do músico e professor passam pela preparação e pelo lançamento de um novo CD.
Carlos César Cunha revelou-nos ainda o seu espírito criador: “Componho algumas músicas para guitarra. E tenho também uma prótese para a guitarrada inventada por mim...”. Contudo, o músico e professor de trinta e três anos, recusa denominações como compositor ou prodígio.